Wednesday, May 4, 2011

Paulinho percebeu que eu estava sonhando e me acordou calmamente. Pude sentir o carinho e o amor que ele sentia pelos gatos. Enquanto ele me acariciava eu comia aquela iguaria tão saborosa que ele chamava de churrasco.
Lembrei-me das palavras de Girus e olhei dentro dos olhos daquele rapaz tão gentil agradecendo pela refeição, Paulinho também olhou dentro dos meus olhos e entendeu o que eu queria lhe dizer e me disse:

 “Gatinha, não precisa me agradecer. Sabe, a terra é um bom lugar para se viver. Existem pessoas ruins, mas também há muita gente boa e caridosa. No meu caso, só estou fazendo a minha parte, gostaria muito de levá-la para casa. Mas se eu fizer isso, minha esposa vai me por na rua também. Ela não suporta gatos e acha que gato preto da azar, eu penso o contrário.Vou te contar um segredo, mas prometa que não vai contar a ninguém, nem sob tortura, se você concorda, pisque os olhos três vezes.”

Pisquei os olhos três vezes como ele me pedira e ainda fiz sinal de “sim” com a cabeça. Paulinho ficou meio intrigado, e por um momento achou que estava ficando maluco.

 “Nada a ver gatinha. Eu aqui na praça fazendo confidências a uma gata, mas como você já disse sim, vou contar o meu segredo. Lembra aquele dia que eu servi o café da manhã pra você e sua amiguinha? Aquele dia eu estava numa dureza, fui salvo pelos clientes, todos diziam, pode ficar com o troco. No fim do dia, faturei uma nota. Eu já gostava de gatos, ma agora tenho certeza de que eles me dão sorte. Gatinha, eu devo ser um mala mesmo, se alguém me ver falando com você aqui, vai achar que eu sou maluco.”

 Fiquei ali parada olhando para ele e pensando, “Se você soubesse de onde vim, por que estou aqui e o que vim fazer, saberia que, para cada ser humano que esta sendo ameaçado por forças ocultas, há sempre um gato designado á proteger e defender.
Paulinho se despediu e notei que seu olhar estava triste, era como se não sentisse vontade de ir para casa. Lá no mundo de onde veio, sentimos muito prazer em voltar para casa depois do trabalho. A Deusa Rubí sempre nos orienta, “o dia que não sentir vontade de voltar para casa, pare, pense, faça uma revisão, descubra o que está errado e concerta... porque não há lugar como o nosso lar...”

Continua...

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